Morar em um local rodeado pela Mata Atlântica e que integra a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, dá aos moradores do Residencial Vila Verde, em Itapevi, uma responsabilidade maior quando se fala de meio ambiente e sustentabilidade.

O local tem como regra manter cerca de 50% de sua extensão total como áreas verdes preservadas, mas as ações dos moradores vão além, e mostram como o engajamento das pessoas é fundamental para manter o meio em que vivemos.

O Projeto Asas Vila Verde é uma das ações realizadas e mantidas pela Associação de Amigos do Vila Verde (AAVV), homologada pelo Ibama em março de 2006, como uma das Áreas de Soltura e Monitoramento de Animais Silvestres (ASM). A Instrução Normativa IBAMA IN 179/2008, define as diretrizes e procedimentos para a destinação dos animais da fauna silvestre nativa e exótica apreendidos, resgatados ou entregues voluntariamente as autoridades no estado de São Paulo.

Fazem parte do programa de destinação de fauna, além da ASM, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) e os Centros de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). Nas áreas como a do Vila Verde, os animais são reintegrados à natureza de forma criteriosa e leva em consideração as necessidades biológicas de cada espécie, as condições do ambiente onde serão soltos e as interferências que podem causar na comunidade local.

De acordo com Rodrigo de Oliveira, biólogo e responsável técnico do Projeto Asas Vila Verde, tão importante quanto a soltura é o trabalho de monitoramento dos animais. “As informações obtidas em campo nos permitem avaliar o sucesso de todo o programa, desde as ações de fiscalização, triagem dos animais, seu manejo em cativeiro até a liberação para a vida livre”. E acrescenta: “A plena adaptação do animal ao seu ambiente, seu comportamento natural e a certeza que ele está cumprindo seu papel ecológico, são as provas de que o projeto, mantido pela iniciativa dos moradores, é um sucesso. 

Para o presidente da AAVV, Andre Luis Borges Oliveira é um orgulho para os moradores fazer parte deste programa. O investimento no Projeto Asas acontece ano após ano, pois isto amplia sua capacidade de ação. “A cada soltura observamos os animais na natureza, livres dos maus-tratos, das grades e correntes. Eles nos dão uma nova chance de aprender a contempla-los em liberdade e, de desfrutar de um ambiente mais equilibrado e harmonioso”. E ressalta “Fazer parte de um projeto que devolve animais ao seu habitat, não tem preço.”.

Já para o artista plástico Ryszard Polski, o residencial cumpre seu compromisso com a natureza por meio do Projeto Asas. “Vivo aqui há mais de 23 anos e como morador, sinto-me co-responsável pela conscientização da importância de se preservar a vida selvagem, no sentido de reduzir o impacto que a nossa ocupação possa causar ”, explica.

O projeto também cuida da restauração florestal. A remoção de espécies vegetais exóticas e o plantio de árvores nativas do bioma Mata Atlântica, são uma das principais ferramentas adotadas para a recuperação das áreas degradadas. “Os plantios são sempre integrados a ações de educação ambiental e feitos com a participação dos moradores, especialmente de crianças. As mudas são produzidas em viveiro próprio, a partir de sementes coletadas nas áreas verdes do residencial”, explica Rodrigo.

Nos últimos anos o projeto promoveu trilhas monitoradas, cursos de observação e ilustração de aves, oficina de plantios de mudas, entre outros. Para conhecer um pouco mais do projeto, acesse www.asasvilaverde.org